domingo, maio 08, 2005

Quando eu li esse livro pela primeira vez, e entrei numa vertigem violenta e definitiva de paixão pela Clarice Lispector, eu tive a certeza intuída que nesse livro eu encontraria as respostas pra toda a escuridão e toda a claridade que viesse a vislumbrar durante a minha vida.
E assim foi.

Agora subitamente compreendia que o amor podia fazer com que se desejasse o momento que vem num impulso que era a vida... - Sentia o mundo palpitar docemente em seu peito, doía-lhe o corpo como se nele suportasse a feminilidade de todas as mulheres.
Silenciou de novo olhando para dentro de si. Lembrou-se: sou a onda leve que não tem outro campo senão o mar, me debato, deslizo, vôo, rindo, dando, dormindo, mas ai de mim, sempre em mim, sempre em mim.
(Lispector, Clarice. Perto do coração selvagem)