sábado, janeiro 08, 2005

sobre ontem à tarde

E então que eu estava no trabalho, olhando pra árvore de plátano linda, enorme e dançarina que tem no pátio do centro municipal de cultura. Que faz um tapete lindo de folhas e no outono é a coisa mais poética que há. E que consegue tornar bonita a vista que tem logo adiante um tesourinha feio e decadente.
E aí que eu escrevi isso:

Das luzes novas dos primeiros dias do ano que cá está

Dias lindos, céu azul, noites estreladas. Gargalhadas, sorrisos inteiros, espantos, encantamentos, novas músicas e vontade de (saber) fazer poesia.
Uma confiança na vida e uma ausência de não acreditar que há tempos não lembrava sentir.
Um transbordamento de carinho e bem querer.
Vontade de sair dançando por dias inteiros, até mudar a lua.
Vontade de tomar banho de cachoeira.
Vontade de comprar cds novos e reler todos os meus livros.
Vontade de ser a pessoa mais feliz e encantada que já existiu.

E não fosse esse calor insuportável que torna os movimentos todos tão lentos e pastosos e o ar tão pesado que dá vontade de reinventar o vento, eu diria que o ano começou assim, quase perfeito.
Lindo.
E inspirado.