segunda-feira, março 20, 2006

um susto, um tombo e um sorriso



Cada separação é uma morte lenta, dolorosa, desesperançada. É a morte dos planos, dos sonhos inventados, dos sorrisos e da ternura dividida; é a morte dos poemas, das músicas, das fotos no mural; é a morte de todos os lugares que se viu e de todos os lugares que ainda se queria ver; é a morte de uma nova família construída. Cada separação leva consigo um pouco das melhores coisas que há em você (o amor é ansioso por mostrar tudo, ainda que timidamente.). Cada separação é um instante de saber-se novamente sozinho, e uma tontura a primeira vez que se sai na rua, dividindo com o mundo uma solidão que nem você lembrava existir tão impetuosa.Cada separação é um passo no limbo do irremediável, do acinzentado da alma, na falta temporária de fé. Cada separação é um abismo de onde você precisa desesperadamente aprender a levantar. Cada separação é um aviso violento de que a vida segue o rumo que melhor lhe couber, e que suas tentativas de deus nem sempre darão certo, pois você é pequeno, é humano, é um inteiro coração e nunca vai conseguir se livrar dessa estranha mania de sentir amor.