quarta-feira, novembro 15, 2006

todo dia ela faz tudo sempre igual

Livros há muito desejados comprados na Feira do Livro ainda dormem na minha cama, silenciosos e tão lindos: meu ritual de amor. Katherine Mansfield, Virginia Woolf, Antonio Cicero, Rubem Alves, José Saramago, mas Henry Miller é a maior paixão agora. Anaïs Nin acaba de virar implicância, eu numa antipatia absurda e inesperada: burguesa e terrivelmente narcisista, é bom desconstruir alguns mitos. Trabalho novo com janelas grandes olhando para o rio. Feliz e pacata e ainda há certa delicadeza nos dias de sol. Amanhã começo aula, eu e os insuportáveis adolescentes que espero não me tirem o bom humor. (Engraçado fazer cursinho agora, mas a verdade é que sou uma teimosa) Meus cadernos canetas e postais ainda esperam o dia em que eu consiga voltar a escrever algo minimamente luminoso, e há de chegar. Ando prática, concentrada e pouco delirante, mas me faz um tanto grande de falta. Ontem coloquei vestido vermelho e fui ver o Almodóvar. Penélope Cruz é de fato uma grande atriz. Um dia tiro uma foto do céu visto aqui do meu quarto todos os dias ao entardecer. É deveras bonito. É difícil sorrir em silêncio, mas eu aprendi.