segunda-feira, outubro 30, 2006

E eu que nunca tinha assistido Noites de Cabíria hoje acordei cedo a tempo de entregar o filme na locadora e eis que me deparo com uma das belezas absolutas do cinema. Há nesse filme uma delicadeza tão grande e um amor tamanho pelos seres humanos e a cena final em que ela sorri com uma lágrima de Pierrot escorrendo em tinta é de chorar tanto, por tanto, pela miséria que somos, pelas misérias que vivemos, pela pequeneza de alguns afetos, pela ingenuidade dos sorrisos, pela esperança inútil que nunca conseguimos deixar de sentir. Sorriso meu, o mesmo, em meio aos enganos, em meio à loucura, em meio ao desasossego, sorriso bobo de quem sempre espera pelas epifanias de beleza, de encantamento, de música, de amor. Mas haverá?