quinta-feira, julho 14, 2005

dona maria

E como a vida não é nada previsível mesmo, eu, que nunca tive vontade ALGUMA de ser professora, darei minha primeira "aula" de italiano amanhã. E nervosa nervosa com uma revoada de pássaros brancos dançando dentro do meu estômago.
E ando feliz da vida com esses dias de sol e já nem sinto tanta falta assim do inverno que não veio. E tenho estado calma, apaziguada, um tanto enjoada de mim, mas na maior parte do tempo conseguindo me suportar bem.
E hoje vi um filme lindo chamando Seabiscuit, e fiquei sonhando em ter um cavalo com olhos bem impressionantes.
E tenho sonhado também em escrever um livro para criança. Mas não livro para crianças, assim no plural. Eu queria escrever um livro e ilustrar e colorir bem bonito e dar de presente a uma criança. Quando eu era uma, eu sonhava em ter um livro que fosse feito só pra mim.
E aconteceu que dia desses inventei uma moça chamada Maria Pé de Feijão Branco. E ela se apresenta assim:

Eu sou Maria Pé de Feijão Branco.
E eu não sei o que cozinhar de almoço
sem que algum engraçadinho
me arranje algum
trocadilho.

(Trocadilho é quando pegam o que a gente é,
e fazem brincadeira com algo que a gente não gostaria de ser,
mas cujo nome é parecido.)

Minha família é composta por:
Meu pai: Juarez Ombros Caídos tal Folha de Bananeira
Minha mãe: Joana Cabelos de Milho em Boa Safra
Minha irmã: Mariana Nariz de Batata Doce
Meu irmão: Pedro Dedos de Caramelo Queimado
Meu marido: João Olhos de Couve-Flor

E eu tenho essa barriga assim
redonda
pra avisar a todo mundo
que logo minha filha
vai nascer
e se chamará
Marina Linda como um Girassol.

E acabar-se-á a sucessão com muita dignidade.

(Dignidade é quando a gente só olha pra baixo,
pra acompanhar cortejo de formiga
ou não cair em nenhum buraco.)