segunda-feira, julho 25, 2005

nina e as violetas

Tinha um frescor de lírios no modo como ele fechava os olhos para sorrir.
Tinha um quê de pêssegos no jeito dela piscar os olhos para olhar algo com mais atenção.
Tinha uma amora bem gorda quando ela adentrou o jardim, prestes a girar de tanto não acreditar.
Tinha um sonho de jasmins no instante em que a menina virava-se para cantar antes de dormir.
Tinha um imenso de amor no modo como a mãe dizia vai dar tudo certo filhinha, e a filhinha acreditava que sim.
Tinha uma violenta esperança nas vezes em que ele olhava para o céu e pedia às cores do pôr-do-sol que lhe trouxessem algo pelo qual pudesse novamente esperar.
Tinha uma lenta espera nas vezes em que ela olhava fixo para a terra e pedia algum tremor capaz de lhe fazer correr gritar rodopiar fechar os olhos
Houve um compasso de valsa no momento em que ela entrou na sala logo após o pôr-do-sol, afastou os móveis, escancarou as cortinas, abriu os braços para girar, e em que ele então entendeu que precisava fechar os olhos, apagar as luzes e esperá-la. Sorrir.