sábado, junho 16, 2007

se se habita em mim

para habitar em mim há de se ter afeto aos ventos de outono e aos gatinhos, há de se entender os sorrisos e a impossibilidade deles. para habitar em mim basta trazer junto aos olhos um instante de amor, nenhum grito ao se anunciar, nenhuma porta escancarada na chegada, e a certeza adivinhada de que somam mais de uma centena todos os tons de um amarelo. para habitar em mim basta entender a boniteza da existência de um girassol único em meio a um varal de roupas brancas. quando se habita em mim, o que se tem em troca é somente a extensão inteira de um coração derramado em lilases, que aceita os delírios os silêncios e todos os vendavais. não sei se é o bastante, mas quando se habita em mim, torna-se eterno.