segunda-feira, setembro 25, 2006

Em breve ao som de castanholas!

quarta-feira, setembro 20, 2006

portrait of mada primavesi


Brincando de quebrar paredes, pintar outras e inventar assim um mundo novo na casa nova, um mundo de paredes violetas e borboletas dançando na sacada, um lugar onde o escuro das coisas do mundo não saberá chegar. Assumir-se romântica quando o mundo todo bamboleia na pós-modernidade, essa sim é a grande ousadia. São dias de suspensão, de visões de um porvir que faz a vontade imensa de acelerar o tempo, as adivinhações daquilo que ainda nem se sabe se. São vontades de delírios de linguagem, de teorias malucas, de pessoas encantadoras falando sobre coisas tão bonitas que é tamanha a vontade de. Vontade de sorrir mais ante às epifanias cada vez mais escassas, de dar abraços, de inventar a primavera, de dar pulos, de transbordar, de derramar-se em, mas quando é mesmo? Nas últimas semanas, chorei um ato inteiro de uma montagem de Othelo, me espantei de amor pelos africanos, enchi um caderninho inteiro de adjetivos, revi amigos, reconheci outros, e percebi que lentamente aprendo a reconhecer os equívocos, mesmo aqueles que são só meus. E é ainda tudo tão novo, que ninguém poderia dizer o quê. Nem eu. Mas há algo, aquilo que não tem nome nem símbolo (salve wisnik), aquilo onde a semiótica jamais poderá pôr seus calcanhares, aquilo que justifica todos os estranhamentos. Aquilo que existe e perpassa e me faz não desistir, não desesperar, não desencantar. Porque é o porvir que sempre me levará a ser. E eu aprendi a amar o sol tanto mais que todos os dias de chuva de antes. E só eu sei o tamanho do que isso significa.
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E é essa a menina que em alguns semanas morará na cabeceira da minha cama. Porque ela vem de muito longe com seu vestido branco.