quinta-feira, abril 28, 2005

Computador em casa pipoca janelas sem parar.
Tem um espião dentro do meu computador.
Sem MSN, sem blogs, sem gazzag, sem orkut, sem responder e-mails, sem contas inimagináveis de telefone.
Ilhada.
Ilhada.


quarta-feira, abril 20, 2005

E chega o momento da vida em que se tem de optar entre viver de flores imaginárias ou de um cinza concreto e seguro.
De escolher entre fechar os olhos e se lançar no ar, ou de firmar os pés no chão e caminhar sempre com os olhos muito abertos enxergando o caminho, nem sempre bonito, nem sempre bonito, nem sempre bonito.
De tentar concentrar-se, de tentar habituar-se, de fingir pertencer à ordem estranha das coisas, quando na verdade o que se quer é sonho, arte e poesia.



quarta-feira, abril 13, 2005

  • Chuva
  • Sono
  • Saudade
  • Melancolia

quarta-feira, abril 06, 2005

P.S.:

Esqueça as melancias.
Aprendi!!!!


Pronto,
parou a palhaçada e coloquei o idioma do blog em português.
Porque não estou na Itália, constatei agorinha mesmo.
E eu queria assinar Gisa ali embaixo.
Mas assinar embaixo eu não posso.
Porque eu não sei mudar o nome.

Aliás,
penso cá comigo:
volta a língua materna, fica o codinome.
(Tem gente que vê metáfora até mesmo numa melancia.)


terça-feira, abril 05, 2005

de gavetas, guardados e poemas

Do passado, do quase esquecido até o mais recente, que passeia pelas gavetas, fotos e papéis.
De toda a incerteza quanto ao futuro que eu tento não deixar gritar em mim.
De arrumar a gaveta, aquela onde ninguém no mundo além de mim pode entrar e passear, e encontrar entre fotos, envelopes, cadernetas, disquetes, capa de cd colorida, restos de purpurina e cartas a serem lidas e relidas; encontrar, em meio a tudo, um envelope vermelho, um postal bonito (em muitos tons de verde) e um poema:


Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo
Nenhuma viajará pela sombra comigo
Só tu, sempre-viva
Sempre sol
Sempre lua.
(Pablo Neruda)


E lembrar de um conto do Caio Fernando Abreu que termina assim:


Absolutamente calmo, absolutamente claro, absolutamente só enquanto considerava atento, observando os canteiros de cimento: será possível plantar morangos aqui?
Ou se não aqui, procurar algum lugar em outro lugar?
Frescos morangos vermelhos.
Achava que sim.
Que sim.
Sim.



E nunca, nunca, nunca esquecer.
Que aquele poema um dia foi minha poesia em meio ao asfalto.
Que me fez chorar de felicidade no ônibus (Era uma lotação. Mas eu sempre achei bonito chorar no ônibus. E faço de conta que ônibus era. As lembranças são minhas, ora pois.)
E que é a poesia,
e o amor
que sempre me salvarão de todos os tombos em meio ao cimento, ao concreto, à melancolia do cinza do céu quando se recusa a chover.
Porque eu também plantarei morangos em qualquer canteiro de cimento. Em qualquer asfalto.
Ainda que não chova.
Ainda que sim.
Ainda que não.
Porque eu acredito.
Eu acredito.
Acredito.
Sim.




(E aliás, sair plantando morangos é sempre um lindo final. Não?)