sábado, abril 28, 2007

15 graus

pra quem é do verão, talvez seja difícil de entender a sensação única de sair de casa antes das sete da manhã, depois de um longo e sufocante verão, sentir o nariz gelado de friozinho e ficar IMENSAMENTE feliz.
graças ao bom deus, meus dias de fritar de calor no asfalto chegaram ao fim.
salvem os ursos da amazônia!
(sonhei que recebia um panfleto com essa frase e rolava de rir. depois sonhei com a tal da ovelha que passeava pelo estacionamento do tribunal. depois sonhei que a camila pitanga apanhava horrores porque devia dinheiro pro jogo do bicho. depois sonhei que andava enrolada numa toalha de banho pela assis brasil procurando uma loja de abajures. tudo isso é muito verídico. veridiquíssimo. minhas noites têm sido uma diversão, e eu que nem gosto tanto de vinho.)

segunda-feira, abril 09, 2007

teresa, que esperava as uvas

das coisas na vida que fazem esparramar a ternura pela terra, pelas raízes nossas em direção ao chão de um mesmo mundo. disse dia desses que se trata puramente de reinvenção das coisas do meu mundo, do nosso mundo, meu e de tudo aquilo que amo. cá dentro em mim chove todas as segundas-feiras e isso é bom. e acordo com passos sonolentos e saio para a rua antes de ver o sol alto através da janela do ônibus, a rotina nada mais é do que redescobrir bonitezas onde ontem mesmo não estava tanto e onde amanhã talvez não faça o mesmo sentido, mas ainda assim dilatar as pupilas à espera de um mar sem redemoinhos, porque lindeza mesmo é ver o gato afofando o paninho antes de dormir, numa ronronice repetida todos os dias às dez da noite e da qual ele nunca se cansa. com ele eu aprendo sobre o afeto do qual nada se espera, e além de toda rabugice. renasce o amor de onde sempre esteve, brota o amor a partir dos meus pés, e que se dane meu mau-humor, apesar de tudo é só ele que sabe de todos os azuis que se espalham de mim. e feliz me conto como se fosse outono, e um dia olho em torno e descubro que já é. cá eu de volta, sempre e sempre em mim, e poucas coisas agora têm tanta importância quanto aquelas que eu escolhi para serem definitivas cá nesse mundo de estranhezas, delírios e uvas fora de estação.


sábado chovia e eu comprei uma bolsa e espalhei suas bolinhas brancas pelas calçadas até fazer arco-íris no outro dia. Pode não fazer sentido, mas quem já tentou criar arco-íris alguma vez na vida sabe exatamente como é.